Sound, Movement & Empire: Página 47

“Eu disse para eles, ‘Vocês precisam de uma base porque Número 1, vocês precisam melhorar, e Número 2, vocês precisam desenvolver uma personalidade como uma banda que as pessoas comprariam, mesmo que vocês façam um show ou não, porque a probabilidade é de que quando você fizer seu primeiro show só terá três pessoas e um cão lá. E isto nunca é uma chamada fácil para que alguém fique animado, você pode conseguir alguém para entregar panfletos mas geralmente as pessoas querem se sentir confortáveis pelo fato de que há mais do que somente elas e o promotor no local. Nós conversamos sobre o assunto e pensamos em um pequeno orçamento para que isso acontecesse, que estaria incluído no adiantamento deles, e eles disseram ‘Pode ser que a gente consiga, a gente conhece umas pessoas’, e literalmente duas semanas depois nós estávamos comendo pizza juntos e eles disseram que encontraram um lugar, era um amigo deles com uma fazenda perto de onde todos eles moravam e que tinham uma sala disponível.”

“Eu fui até lá duas ou três semanas depois e basicamente eles eram donos da fazenda. O sujeito, ele tinha uma quantidade enorme de anexos lá, era muito fã da banda – ele queria empresariá-los, produzi-los, fazer parte da banda, escrever todas as músicas, assinar com eles, tudo! Mas ele era simplesmente um cara muito, muito legal e apesar dele ter todas essas aspirações, elas eram totalmente fantasiosas e a melhor coisa que ele poderia fazer pela banda era deixá-los usarem aquele lugar.”

O que, fantasticamente, ele fez. A fazenda, em Rutland Water, estava para se tornar lendária não só pela atmosfera criativa e pelo sentimento de magia isolada que emanava, mas pelas festas também. Escrever músicas significa comunicar emoções, afinal de contas, então quanto mais delas você puder experimentar, melhores as músicas serão. Faz sentido, não faz?

Uma fazenda no sul de Leicestershire, Omnichord na mão, de qualquer modo, não é o lugar para uma banda chamada Saracuse, algo que Chris Karloff estava bastante ciente. Ele estava, como de costume, ocupado com sua mente em um livro. Esse em particular falava sobre Charles Manson, o notável personagem dos Anos 60 cuja família havia sido responsável por uma série de atos terríveis que culminaram em vários assassinatos, incluindo o de Sharon Tate. Manson estava ele mesmo convencido de que os assassinatos eram a chave de eventos que os levariam ao ‘Helter Skelter‘, uma batalha final apocalíptica entre raças. Apesar daquela ‘Família’ já ser o nome infeliz de uma banda de Leicester dos Anos 60, Karloff estava também apaixonado pelo sobrenome de uma das mulheres da Família, a quem deram imunidade no processo em troca de que ela testemunhasse contra outros membros da Família.

O nome dela?
Linda Kasabian.

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Nota Kasabian BR – Em 2012, Sergio falou sobre as experiências em turnê no ínício da banda e criticou a banda The Cooper Temple Clause, que segundo ele, tratou o Kasabian “como merda”. Questionado sobre qual teria sido o pior show, Pizzorno respondeu: “Tocando com o Cooper Temple Clause em Wrexham quando começamos. O show foi bom, mas eles eram bastardos miseráveis. Éramos uma banda jovem e eles já tinham singles lançados – eles nos trataram como merda. Eu lembro de pensar: ‘Eu não vou ser como esses fodidos.’ Músicos devem tentar ajudar uns aos outros. Os que são legais demais para fazer isso logo desaparecem, mas tem uns que escapam e enchem seu saco pra sempre.”