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Columbiahalle – Berlim, Alemanha 2012

Brasileiros mais uma vez marcando presença! Quem nos fez a gentileza de nos enviar esse incrível relato foi a Mariana Passos. Confira o que aconteceu naquela noite de free drink e encontro inesperado com Jay!

Kasabian: Columbiahalle – Berlim, Alemanha 02/06/2012  [  PT  ]

Enfim, dia 2 de junho de 2012. Acordei com uma ressaca de matar, sem lembrar muito bem do que havia acontecido na noite anterior, só me deparei com a minha roommate olhando, com cara de nojo, para a “sujeira-biológica-resultado-de-ter-enchido-a-cara” que eu havia deixado do lado da minha cama. Deselegante. Fui me recuperando ao longo do dia. Tomei uns bons vinhos no almoço, porque em Berlim é assim: Você bebe, passa mal e bebe mais para ficar melhor. O show começava às 20h, e eu já estava combinando com o meu amigo de chegar na porta, no máximo, às 18h. Reforcei o “SEM ATRASO, MOLEQUE” para o suíço, num tom intimidador. Ok. Seis e quinze da tarde (ou da noite?) e eu ainda estava na banheira, pensando na morte da bezerra. Não tem jeito, brasileiro é brasileiro em qualquer lugar do mundo. Óbvio que eu ia me atrasar. Churumelos à parte saímos de casa e chegamos no Columbiahalle às 19h, mais ou menos. Não havia fila alguma. Entramos no lugar e estava relativamente vazio. Fiquei de cara. Como assim vazio? Cara, é Kasabian! Aliás, o lugar era bem pequeno. Amei esse detalhe. Pegamos nossas cervejas (sim, ganhamos 1 FREE DRINK como recompensa pelo show de março ter sido adiado) e ficamos consideravelmente perto do palco.

A banda de abertura, da qual eu realmente não sei o nome, entrou e fez o seu papel. A parte engraçada foi eu ter lembrado do guitarrista: há umas duas semanas eu estava na estação esperando o metrô, e comecei a zoar um carinha magrelo lá, um Kurt Cobain wannabe. Pois é, eu fazendo chacota do cara e ele estava lá, abrindo um show para o Kasabian. Where’s my god now? Enfim, os caras eram bons, mas eu já não aguentava mais esperar. Acabou o show. Às 21h as luzes apagaram e só os holofotes ficaram responsáveis pela iluminação do lugar. Eu não lembro exatamente quem foi o primeiro a entrar, porque a essa altura eu estava choramingando que três muralhas alemãs de uns 4m entraram na minha frente. O Tom entrou com um óculos escuro vermelho, um tesão. Days are Forgotten começou a tocar, a galera começou a pular e cervejas começaram a voar. O êxtase estava começando ali. Foi lindo demais todo mundo cantando junto. Depois foi com Shoot The Runner e foi aí que o empurra-empurra começou. Fui esmagada, encoxada, empurrada, judiada e voilá!, misteriosamente, cheguei na grade. Sem esforço algum, apenas segui o fluxo. Aliás, se algum alemão estiver lendo isso, aqui vai o meu “vielen dank” por ter me empurrado.  Não lembro exatamente o que rolou em cada música, só lembro de tentar gritar o show inteiro, mas inutilmente, já que a minha voz está perdida por aí há mais de uma semana. O Tom é muito dinâmico no palco, não para quieto. O Serge é uma figura também, os “AAAAAAAAH” dele são a melhor coisa do mundo, dão totalmente um gás para você continuar a se descabelar no show. Eu fiquei bem na frente do Tom. Digo, na maior parte do tempo, já que ele ficava andando pelo palco. Underdog foi doida demais. Depois de tocarem I.D., o Tom deixou o palco e o Serge tomou frente, era óbvio que era a vez de Take Aim. Cara, foi inexplicável. Sei lá, não sei se é porque é a minha música preferida ou se realmente foi do caralh* mesmo. O Serge mandou muito. O Tom voltou para o palco com um wayferer no rosto, mas logo tirou e jogou para a platéia. Uma dó, já que ele, naquele momento, tinha atingido o limite da cota de sensualidade daquela noite. Enfim, aí eles tocaram Club Foot. Pensa na galera pirando. Depois foi Re-Wired; o Tom ficou apontando com o microfone para a gente, pedindo para acompanharmos ele. Aí foi Empire e Fast Fuse, essa eu gravei inteira. Não me canso de ver o vídeo: o Tom dançando estilo John Travolta, apontando para a minha câmera, tocando tamborim e depois jogando para umas meninas que estavam perto de mim. Lembro do Tom ficar falando que nós éramos incríveis e que ele amava Berlim. Antes de tocar Goodbye Kiss, ele falou que era hora de uma música calminha, uma música de amor, porque ele gostava de amor. Lindo! Todo mundo começou a balançar os braços de um lado para o outro e ele ficou fazendo coraçãozinho com as mãos. Por último, foi L.S.F. Gente, o que foi aquilo? Sem palavras. Todo mundo no “ooooooh oh oh lalala la laaaaaaaa”. Lindo demais! Os caras saíram do palco e só o Serge ficou. Ele comandou tudo lá, mandou a gente fazer o “ooooh oh” etc, fez com a gente, ele acelerou o ritmo, depois diminuiu outra vez até ficar bem lentinho, e nisso ele deixou o palco, mas a galera continuou com a cantoria. Não paramos até eles voltarem. Eu gravei isso, fiquei toda arrepiada. Foi sensacional. Eles voltaram para o palco, o Tom ainda subindo o zíper da calça, hahaha. Começaram as batidas de Switchblade Smiles, eu fiquei em êxtase total. Depois o Serge com o AAAAAAAAH dele. Pelo amor de Deus! Foi a melhor música, sem dúvidas. Em seguida, foi Vlad The Impaler e por último Fire, que deixou todo mundo on fire!!!! O Serge mandou tudo mundo pular sincronizadamente e o mais alto que pudéssemos. Quase que não sobra Mariana para contar história. Eles finalizaram, o Tom ficou apresentando os caras do trompete, aquelas paradas. Eles ficaram agradecendo, jogaram algumas setlists em forma de aviãozinho de papel.  Não lembro exatamente o que rolou em cada momento, mas esse foi um balanço da noite. Jay, Chris e Ian apenas fizeram seus respectivos trabalhos, nada de excepcional. Fizeram o que tinham que fazer. Fim. Mesmo assim, acho que foi o melhor show da minha vida, e olha que eu fui ao do Arctic Monkeys e eles são minha banda preferida. Os caras do Kasabian são sensacionais ao vivo, eles têm uma energia descomunal.

Aaah, vale lembrar que o Tom apontou três vezes para mim. Aquele lindo. Ah, outra coisa muito importante: a cueca dele era rosa! Bom, fiquei implorando qualquer coisa para os seguranças, e eles, claro, se fazendo de “João sem braço”, o máximo que eu consegui foi a garrafa de água do Tom. Ok, me conformei e fui para o bar comprar alguma coisa para me hidratar, já que eu tinha perdido uns 30000L de água do corpo naquele show. Estou eu, de bobeira a caminho do bar, e quem encontro? Sim, ele mesmo, o Jay. Fiquei sem acreditar por uns 3 minutos, aí cheguei perto e vi que era ele mesmo. Já cheguei falando para ele que eu era do Brasil e que exigia que eles fossem tocar logo lá, ele deu risada e perguntou o que eu estava fazendo em Berlim. Perguntou também se eu tinha curtido o show, eu fiz uma cara de “bitch, please” que não precisei usar uma palavra sequer. Ele captou a mensagem e riu outra vez. Sério, o Jay é um fofão, super simpático! Ele me deu um abraço e eu pedi uma foto. O suíço ficou todo desajeitado com a câmera, e o Jay assim: “Cara, pega meu melhor ângulo, por favor. Eu não sou muito fotogênico”. JAY, EU TE AMO. Depois ele tirou foto com a coreana que foi comigo e com o suíço. Me despedi dele, disse, com palavras, que o show foi do caralh* e reforcei o pedido de ir para o Brasil, ele riu outra vez, disse que ficava feliz por eu ter curtido e… “DEFINITELY, SEE YOU SOON IN BRAZIL, LADY”. E ele simplesmente saiu andando, na direção da galera e NINGUÉM O VIU!! Como se fosse um fã indo embora para casa. Esse é o Jay, minha gente. Tomei meu rumo para casa, extasiada pela noite. Cheguei na estação de metrô e a galera lá estava cantarolando o “ooooooh oh oh lalalala laaaaaa”. Fechou minha noite perfeitamente.

Fotos: Mariana Passos

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