O quinteto agora era conhecido como Saracuse. Eles nunca foram os mais ativos de bandas ao vivo, porém, apesar de uma apresentação inicial (embora apenas com dois deles) ser gravada no The Shed, Leicester, em 19 de setembro de 1997, como Joe Betts do evento lembra.
“Isso foi realmente apenas um show acústico, apenas Tom e Serge”, diz Betts. “Estou mais ou menos com a mesma idade, então eu me lembro das bandas que estavam ao redor no momento e eles foram um dueto acústico decente. Cinquenta por cento do seu set foram músicas clássicas do Oasis: ‘Live Forever’, ‘Supersonic’, coisas assim. Eles não tinham muito material. Quando eles finalmente se tornaram uma banda e começaram a fazer concertos como Saracuse, havia mais ou menos três ou quatro bandas naquela época que tinham chances de seguir adiante e eles eram uma delas.” Entretanto, tendo provado a energia de tocar para um público ao vivo, ficou claro que, música era, realmente, um assunto que interessava ao grupo coletivamente e individualmente. “Já naquela época, eles estavam fazendo shows pelas Midlands {Parte central da Inglaterra}, [mesmo sendo] muito jovens, em torno de 16 ou 17 anos,” continua Betts, que sensatamente notava o quanto era difícil para a recém-criada Saracuse viajar de um lado para outro por vontade própria por motivos tão banais. “Não era o caso de poder ir à lugares X, Y, Z [eventos em diferentes cidades] mas eles estavam certamente ativos nas Midlands tocando em lugares em Wolverhampton, Dudley, Moseley, Nottingham. Eu lembro de tê-los visto em um show em Loughborough, num pequeno pub chamado The Three Nuns e por causa desse show eles foram chamados para tocar na Universidade de Loughborough, então era um caso de as pessoas reconhecendo o quanto eles eram bons já naquela época, e até eles terem idade suficiente para seguir adiante eles iam por conta própria e conseguiam shows em todo lugar.” Página 19
Chris Edwards também, crucialmente, conheceu Scott Gilbert por volta de 1996. Gilbert, agora um fotógrafo de sucesso em Cambridge, é um jovem que estava indo muito bem com seu trabalho de gravação na época.
“Chris ainda estava na escola em Blaby e eu basicamente estava montando um estúdio de gravação”, Gilbert confirma. “Nós fomos comprados pelo grupo do jornal Daily Mail naquele tempo e estávamos fazendo audições para radialistas, porque nós entramos no ramo do rádio. Eu conheci a mãe do Chris, Angela, e seu atual marido Paul, e nós os ajudamos a conseguir seus cartões Equity {Cartão de membro do Actor’s Equity Association} através do trabalho de narração e de livros de contos. Ao mesmo tempo, eu conheci o Chris – um cara jovem saído da escola – e ele acabou virando meu braço direito. Eu o estava treinando para trabalhar no estúdio junto comigo.” Esses livros infantis com áudio, de fato, marcam o primeiro áudio gravado de qualquer futuro membro do Kasabian.
“Nossos roteiristas costumavam se sentar, pegar um livro infantil e passar para uma fita de áudio, fazer um roteiro e criar os efeitos. Eu mandava o Chris para biblioteca de áudio e ele se sentava lá por horas analisando todos os CDs, efeitos sonoros de coisas que você espera em livros infantis. Ele passava tudo para DAT {Digital Audio Tape} e me dava; eu transferia pro Mac e cortava as ondas sonoras. Nós costumávamos ficar lá juntando todas essas partes e era muito divertido. Então nós éramos realmente inseparáveis por uns três ou quatro anos”.
“Tenho gravação do Chris sendo um rato – nós fizemos esses livros para Ladybird {Marca de livros infantis do Reino Unido} e nós fazíamos as vozes e depois acelerávamos a fita, ele tinha uns 16 anos. Eu tenho todos os tipos de gravações, ele cantando nessas coisas!”
Quanto à Saracuse, eles estavam concentrados em separar o trigo da palha, agora ensaiando mais de 4 vezes por semana e escrevendo um novo material intenso e rápido, além de ter um monte de diversão enquanto faziam isso. “Nós não tínhamos uma ideia real sobre que música que queríamos fazer em primeiro lugar”, Serge citou. “Era basicamente estilo Beatles, The Who. Nós não estávamos tentando ser legais, nós só gostávamos de estourar os amplificadores de cada um.” “Costumávamos ter uma luz estroboscópica com a gente, para fingir que estávamos no palco.”
Quanto ao outro Chris – o recém apelidado Karloff – a vida do guitarrista estava tomando uma trajetória um tanto inesperada, o cara antes estudioso fugia da sua rota normal mais uma vez. “Chris não estava indo para a faculdade”, um surpreso Ben Cole relata. “Ele só estava trabalhando perto de Blaby, neste grande lugar de armazenamento chamado Magner Park, é um desses parques onde muitas dessas grandes empresas colocam seus centros de distribuição. Eu acho que ele trabalhou para Asda {Uma série de supermercados britânica que vende varejo de alimentos, roupas, mercadorias em geral, brinquedos e serviços financeiros} como empacotador. Foi um pouco estranho, não fazia sentido. Provavelmente tudo sobre Chris naquele momento não fazia sentido, ele dirigia um Volvo 340, um verdadeiro carro de homem velho.” Grande o suficiente para carregar o equipamento do grupo, porém, que foi uma espécie de encorajamento dado em 1997 e 1998 que foram gastos preparando o que foram as gravações de estreia da Saracuse, indo no Bedrock Studio em dezembro de 1998 para fazer as quatro faixas que são a base do que viria futuramente. Página 20