“Eles fizeram todos os tipos de covers ruins do Oasis,” suspira Cole, antes de se lembrar de outra memória da banda também “tocando essa canção fantástica que teve esse violão em arpejo {Execução sucessiva das notas de um acorde. Enquanto que num acorde simultâneo as notas são tocadas todas de uma vez, no arpejo essas mesmas notas são tocadas uma a uma}, que tenho certeza que foi escrito por Chris [Karloff], chamada ‘Charlie’ e foi simplesmente incrível. Fiquei maravilhado, porque eu tinha visto efetivamente duas bandas: uma maçante e outra que faz esta canção fantástica. Me lembro de escrever a resenha para City Lights e foi algo como, ‘Escrevam mais canções como esta, porque o resto não é realmente tão bom’.”
Aquela faixa, também conhecida como ‘Angels’, foi gravada no Bedrock durante a segunda ida da banda ao estúdio, em 1999. É milhas à frente de qualquer coisa que Saracuse tinha escrito anteriormente. ‘Shine On’ possivelmente esperada, e certamente o ponto alto das seis faixas feitas durante aquela determinada sessão. Outras faixas foram todas originais: ‘Highest Number’ um rock bastante esquecível construído ao redor de uma linha de baixo de Edwards e revelando a fixação do grupo no The Who. ‘Ten Past Three’ é uma experiência melodiosa onde Meighan se pergunta o que ele está fazendo e onde ele está indo com um refrão atraente sobre se deixar levar, enquanto ‘In and Out Satellite’ começa com Serge rindo de algo que a banda estava se divertindo antes de começarem uma canção que claramente se refere à ‘Lucy In The Sky With Diamonds’ dos Beatles. ‘Dirty Dishes’ é uma canção de amor/ódio à mulher sem escrúpulos chamada Mary que, inquietantemente, parece um pouco a música antiga que Robbie Williams ouvia na sua cabeça quando ele vadiava pelo Oasis, justo antes deles ficarem entediados e começarem a chamá-lo de coisas engraçadas como, ‘o bailarino gordo do Take That’. Há também uma versão acústica de ‘Waiting For You Now’.
Uma terceira sessão de estúdio rapidamente seguiu, uma mistura de faixas completas da banda e esboços acústicos. “Eles ainda estavam se encontrando”, comenta o produtor Scott Gilbert. “Quando você ouve o material acústico, é apenas Serge sentado ali sozinho, escrevendo.”
‘The Federation’ revela novamente a linha eu-e-você-contra-o-mundo para as perspectivas da banda, por um lado combater a influência de forças obscuras no trabalho, enquanto ao mesmo tempo esperando que a amizade vá levá-los para casa. ‘The Warrior’, pelo contrário, é uma estranha mistura de um hino à John & Yoko, mas com um refrão distintamente com tons jamaicanos. Página 23
É uma vibração muito boa, mas musicalmente é uma colisão estranha. Entretanto, os próprios Beatles foram sempre fãs de toda a maneira de bagunça não só lírica, mas também musical, portanto se esperou mais ou menos um pouco de exploração. E para uma banda tentando encontrar sua base, ver os Beatles como uma inspiração não é tão ruim assim. Tom e Serge também parecem estar se divertindo tanto que é grosseiro dizer algo mais, portanto me absterei. Há também as passadas rápidas de ‘Come Back Down’, uma nova canção que mantém dentro dela tanto melodia e o gás necessário para seguir em frente, a bastante introspectiva ‘Just Relax’, ‘Keep It Safe’ e ‘Sniffing Glue’, na qual Tom soa o mais parecido com Liam Gallagher do que ele já tinha feito na fita.
O total de faixas da banda incluem o fantástico rock, com o vocal violento e distorcido ‘Pump It Up’ (nenhuma relação com o clássico de Elvis Costello), a extremamente estilo-Oasis ‘Excuse To Get Wasted’ que é uma ode à força de amigos e como eles podem ser lendários, ajudando um ao outro através de problemas e bons tempos igualmente. Então temos ‘Get Around’ uma imitação de indie rock sobre não se prender em um relacionamento, ‘Stupid, Nothing Matters’ um trabalho um pouco mais pessimista que lida com as consequências de uma discussão, enquanto mantém dentro dele a esperança do amor, e ‘You Won’t Forget Me’, que é a versão completa da sessão anterior ‘Waiting For You Now’. Esta sessão foi mais do mesmo, com toda a honestidade, notável pelos demos ásperas acústicas, tanto quanto os temas gerais do material que são, mais ou menos, sem exceção, sobre encontrar respostas e a busca de um lugar satisfatório neste mundo confuso de amor perdido, pânico e magia ocasional.
“Você pode realmente ouvir a musicalidade nelas,” oferece Scott Gilbert. “Você pode realmente ouvir que a banda está firme. Isso meio que me surpreendeu, porque nenhum deles realmente diz muito, além de Tom. Serge é realmente cabeça baixa, o baterista realmente não se comunica muito e Chris estava consideravelmente morto. Tom era um tipo provocativo. Você tentaria fazer algumas faixas, você pensaria que eles eram rapazes que estavam só zoando e então eles fariam essas faixas ao vivo, isso era bom, realmente bom. Realmente consistente. Ok, há coisas que eles não fariam agora, mas você realmente consegue ouvir que eles podem tocar de fato, ao passo que na primeira sessão só parecia que eram quatro rapazes juntos, pegando o CD de alguém e somente [soando igual].”
Enquanto o grupo ainda estava encontrando sua base, as composições consistentes de grupos como Stereophonics, Oasis e, claro, The Beatles, ainda eram uma grande influência. Todo mundo tem que começar de algum lugar, e o período entre 1998 e 1999 foi gasto principalmente aprimorando suas habilidades como uma banda, e aprendendo mais sobre as possibilidades de um próprio estúdio. Página 24