Sound, Movement & Empire: Página 29 e 30

Em contraste com a exploração eletrônica, ‘Some Fingz In My Jeans’ é um rock razoavelmente direto que fez o empresário do grupo arrancar os cabelos por causa da pronúncia de Tom. “Lembro de Alan Rawlings dizer ao Tom, ‘Não é FINGS, é THINGS’,” ri Gilbert… “Me Lembro de dizer ao Tom, ‘Que inferno, cara, é assim que você canta, você é de Leicester.’ E você sabe como ele é, provocando todo o tempo, ‘Sim, você sabe como é Scott, mau, mau, sim!’ Mas você realmente pode ouvir o estilo de Tom, inclusive nas demos, é um material maravilhoso.” De fato é, e a banda estava progredindo rapidamente nesta sessão. ‘Somewhere Nowhere’, ‘Sun Ain’t Gonna Shine’ e uma versão com a banda completa(e por isso a versão gravada definitiva), da confiante e muito atraente, ‘Wait For You Now’ escritas às pressas quase despreocupadamente por uma banda, uma gangue, que estava absolutamente unida em seu novo foco de quatro-ensaios-por-semana. Outra faixa com apresentação da banda completa é uma muito interessante, conhecido aqui como ‘Rain’, uma melodia triste, que vem como um turbilhão e procura por respostas. Novamente, esta faixa (também conhecida como ‘Rain In My Soul’ em algum lugar) manteria dentro dela os elementos mais primitivos de uma faixa inteiramente diferente alguns anos depois. Nesta sessão, duas faixas demo foram produzidas enquanto o grupo esperava por Kealey para explodir na mídia um dia.

“O baterista sempre foi bom, sempre mantinha a banda unida,” admite Gilbert. “Realmente não falei muito com ele, ele nunca falava muito, ele sempre estava sentado no fundo com sua namorada, e era [muitas vezes] a última pessoa lá. Eu e Chris Edwards instalávamos os microfones na bateria antes dele aparecer, então tinham algumas faixas acústicas gravadas para passar o tempo.” Foi nesta sessão que ‘Same Old Story’ (uma faixa típica da Saracuse, cheia de melodia, arrependimento e esperança em um pacote de indie rock) e ‘Lost Soul’ foram gravadas. Como Serge Pizzorno canta na última, a letra flerta com o conceito que a música é a sua alma, mas ele se sente perdido, a atmosfera é intimamente levada em direção ao seu dilema. O tema seria utilizado de novo e de novo, o título reciclado para uma parte completamente nova da música, e a faixa, embora com um nome diferente inteiramente, ressurgiria uns anos depois com uma forma muito semelhante e viraria algo como um cartão de visitas e uma convocação.

Contudo, essa foi a última sessão que Saracuse gravaria no Bedrock Studios em sua cidade natal. Scott Gilbert filosofava quanto à sua participação no desenvolvimento da banda e em como os próprios membros se encontraram. Página 29

“Tom era um tipo provocativo… Tom é absolutamente hiperativo, enquanto ele está falando com você o nariz dele se empina até tocar o seu de uma maneira loucamente amigável! Mas é apenas a energia que ele tem, a mesma energia que ele tem no palco. E Serge é o mesmo Serge, você sabe, cabeça baixa, não fala muito… apenas a mesma energia [embora]. Eles estavam sentados no estúdio uma vez esperando o baterista, eu estava enviando músicas direto para a DAT {Digital Audio Tape} e Serge estava escrevendo músicas [no local]. Tom e Serge trabalham tão bem juntos, literalmente Serge vem com uma ideia cantando e Tom vem logo depois colocando sua própria ideia junto, e havia todas essas pequenas coisas, pequenas preciosidades materializando diante de seus olhos.

Eu acho que essas demos representam cinco rapazes juntos, todos da mesma área. Eu nem mesmo sabia que Chris Edwards tocava baixo e logo depois ele estava tocando nessa banda, e eles simplesmente desenvolveram. Você pode ouvir isso durante um período muito curto, até mesmo mais de um ano e meio, o desenvolvimento vindo de explorar Stereophonics e tentar fazer coisas de funky psicodélico, mas o tempo todo, em todas estas sessões, você tem Serge sentado tocando violão e somente chegando com todas essas melodias e ideias, então todas essas coisas estão nascendo no estúdio.”

Nesta época, Ben Cole era um repórter estabelecido no cenário musical, seus comentários e entrevistas, a maior parte da revista City Lights, que ficava localizada na antiga sede improvisada de Sergio, em Nottingham. Ele relembra a entrevista da Saracuse na época da quarta sessão de estúdio.

“Foi muito estranho [entrevistá-los], porque Tom era realmente como eu esperava que seria encontrar Liam Gallagher, provocativo,” ri Cole. “Ele continuou dizendo que seu som era ‘Trip Pop’, que ele estava muito orgulhoso, muito satisfeito com essa maneira de descrever o que eles estavam fazendo. Realmente não era a melhor descrição! Na época eles eram mesmo diferentes do resto das bandas em Leicester que faziam mais o estilo fey indie – eles eram essa gangue. O primeiro show, com Chris tocando a Flying V, este rapaz chamado Jarred veio e ele estava dando cambalhotas e incentivando as pessoas a responderem a esta banda. Havia algo muito diferente sobre eles.”

A banda também conseguiu ser ‘desbanido’ do The Charlotte, se apresentando lá mais uma vez com um som muito mais firme e um set de muitas, muitas canções melhores. Cole estava na plateia, é claro, e foi um show que mostrou o quão longe o quinteto havia chegado no período de intervenção. Página 30