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Kasabian – Diário de Turnê 2009

Em 2009, durante a turnê do álbum West Ryder Pauper Lunatic Asylum, Sergio Pizzorno foi convidado a escrever um diário para o programa Breakfast Show, da BBC Radio, contando o dia a dia na estrada e a convivência entre a banda e amigos. Leia a seguir algumas atualizações feitas por ele do que estava acontecendo naquele ano no final de maio até o final de junho.

Domingo 31 de maio – De Montfort Hall, Leicester
Tocamos três shows no De Montfort Hall, em Leicester, e todos eles foram shows especiais.

Parecia diferente desta vez. Na última vez só algumas pessoas foram nos assistir, mas dessa vez parecia que as pessoas estavam nos reinvindicando como delas – nós somos uma banda que é propriedade de Leicester agora. Me pareceu certo começar por lá porque foi onde eu escrevi o álbum e gravei a maior parte dele.

Havia tantos amigos e família, eu era o rei de administrar vagas de estacionamento para todo mundo. A melhor coisa foi o meu avô e avó aparecerem. Ambos tem 88 anos e eles entraram e contaram para o segurança que seu neto estava tocando, e então os deixaram entrar. Foi especial para mim, porque meu avô tinha me levado para o De Montfort Hall quando eu era criança para ouvir Tony Benn falar.

Segunda-feira 1 de junho
Na segunda nós pegamos um carro e fomos para Paris. Nós fomos ao Eurostar e eu e Chris sentamos no bar e conversamos sobre como os últimos shows tinham sido incríveis. Paris é uma cidade incrível pra nós – sempre ficamos muito bem por lá. Nunca temos que falar sobre Primal Scream e The Stone Roses – eles entendem que nós gostamos de bandas como Can e Tangerine Dream. Não é que nós não gostamos de Scream e Roses, é só que tem muitas outras bandas que nós gostamos também.

Terça-feira 2 de junho
Um dia inteiro de entrevistas e TV, organizado pela adorável Delphine na nossa gravadora francesa. Eu gosto de dar entrevistas mas às vezes você não sabe o que vai ser jogado em você. Em um programa de TV nós tocamos Underdog que é o single na França mas depois nós demos uma entrevista que foi realmente perversa.

Para contrariar eu e Tom começamos a falar um monte de bobeira psicodélica. Ela desistiu depois disso. Depois nós fizemos uma apresentação ao vivo para uma revista de moda francesa. Foi uma atmosfera bem estranha sendo um monte de caras rodeado por todas aquelas mulheres muito bonitas- muito intenso. Nós tocamos Underdog, Fire, Empire, Processed Beats, LSF e Where Did All The Love Go?.

Mais tarde voltamos para o bar do hotel, bebemos algumas cervejas e vimos alguns DVDs. Nós devemos ter assistido sete episódios de The Wire.

Quarta-feira 3 de junho
No dia seguinte, ao invés de atender a imprensa normalmente, nós decidimos fazer um mini torneio de futebol. Nós tínhamos 12 times compostos por revistas e rádios e cada um escolheu seis pessoas para cada lado. A ideia era dar um troféu ao vencedor e nós mesmos jogarmos.

O problema foi que, enquanto estávamos nos aquecendo, Ian, o baterista, chutou uma bola e torceu o tornozelo – aquele diabo desastrado! Por um minuto foi pânico geral porque todos nós sabíamos que tínhamos um show enorme com o Oasis no dia seguinte, então foi uma correria em busca de um médico. Depois disso, nós fizemos uma apresentação acústica para alguns dos vencedores numa pequena loja no meio de Paris. Depois foi direto pro Eurostar e acordamos em Manchester.

Quinta-feira 4 de junho – Heaton Park, Manchester
A primeira noite com Oasis foi inacreditável – nós fizemos um show brilhante. A escala disso é difícil de descrever – 70.000 pessoas lá. Não dava pra ver onde a plateia acabava. Eu olhei em volta em um momento e vi Noel sentado na lateral do palco numa espreguiçadeira. Ele carrega isso com ele? Vai saber. Nós tocamos muitas músicas novas, mas quando tocamos Fire, explodimos o telhado – Disco Vietnam total. O problema só começou quando o Oasis entrou – foi óbvio quando um dos geradores explodiu. Quando nós vimos eles saírem do palco pela segunda vez, pensamos que era melhor irmos embora. Claro que eles conseguiram resolver a situação – por isso eles são lendas. Para deixar a noite ainda mais surreal, quando voltamos para o hotel, descobrimos que as Girls Aloud estavam lá.

Sexta-feira 5 de junho
Um dia de folga. Liam [Gallagher] perguntou a mim e ao Tom se queríamos almoçar com ele. Nós não sabíamos no que isso daria, mas o encontramos em seu hotel em Manchester e, em seguida, ele nos levou a este campo de golfe, onde chegamos até um helicóptero. Eu nunca tinha estado em um helicóptero. Ele queria nos levar para almoçar em um restaurante que ele conhece em Lake District.

Foi incrível olhar para baixo e ver os campos verdes e os trilhos de trem. Tom e Liam riram de mim, mas eu pensei que o país parecia incrível – me fez sentir orgulhoso de ser britânico. Desembarcamos nos gramados da mansão e foi tudo muito rock’n’roll. Haviam pessoas mijando atrás de árvores enquanto aquelas famílias tradicionais tomavam o chá da tarde! Na volta, virou uma comédia. O tempo estava tão ruim que nós fomos forçados a aterrissar num campo de aviação no meio do nada. Nós ficamos sentados numa sala de espera bebendo chá com biscoitos de gengibre em uma antiga mesa de café, servidos por uma bonita senhora. Era um momento clássico do rock. Liam tem uma alma bonita- ele é gentil e generoso com todo mundo- ele é um cara genuinamente legal.

Sábado 6 de junho – Heaton Park, Manchester
No sábado nós soubemos que Fire entraria no top 5 no domingo. Essa notícia nos surpreendeu – eu acho que é a primeira banda de rock no top 10 esse ano. Isso ajudou a deixar o show ainda mais intenso. Mais tarde, nós voltamos para o camarim, colocamos o iPod pra tocar e nos divertimos com algumas músicas clássicas. Um grande final pra uma grande semana.

Segunda-feira 8 de junho – HMV Manchester
Acordei em Manchester. Chegamos na HMV para tocar um set de seis músicas no lançamento do álbum. Foi inacreditável a quantidade de gente que estava lá. É legal pensar que West Ryder pode ser o primeiro álbum de alguém, é psicodélico no sentido real- desafiando o que o pop pode ser. Nós tocamos seis músicas no subsolo. Como Tom disse, é um lugar que só funcionários e ladrões vão. À noite, eu sai pra comer curry com Noel e Mani e a mulher dele. Foi um daqueles momentos “isso tá mesmo acontecendo?”. Nós cruzamos com papparazzis na saída. Eu nem notei até ver a foto no dia seguinte, no The Sun. Nós estávamos enfileirados – parecia uma versão rock’n’roll de Cães de Aluguel!

Terça-feira 9 de junho – O2 Academy, Newcastle
Tocamos na O2 Arena de Newcastle. Plateia incrível. Eles trataram o show como uma partida de futebol – sabiam que tinham um trabalho a fazer. Eles foram o 12º jogador.

Quarta-feira 10 de junho – Stadium of Light, Sunderland
Foi ótimo fazer nosso próprio show, mas tem uns problemas em tocar em estádio. O Stadium Of Light é um lugar incrível, uma catedral do esporte. Eles não fazem shows por lá com frequência, então nós tivemos alguns problemas. Nós tivemos que parar em Underdog porque as pessoas estavam sendo esmagadas na frente. De uma forma engraçada, isso fez o show, porque quando nós voltamos todo mundo cantou Empire – um momento maravilhoso, um cogumelo atômico de energia. Foi uma verdadeira sensação de união. Depois de um show como esse, nada pode competir. Eu voltei para o hotel, tomei uma dose com um sanduíche de bacon e fui embora.

Quinta-feira 11 de junho
Pretendia apresentar um prêmio no Mojo Awards, mas estava muito exausto – não tivemos um dia de folga por semanas. Desmaiei no sofá em casa. Vi uma foto no jornal de Daniel Radcliffe carregando uma cópia do álbum. É bom saber que Harry Potter está a bordo!

Sexta-feira 12 de junho – Millennium Stadium, Cardiff
Abrindo para o Oasis no The Millennium Stadium, em Cardiff. Esse foi provavelmente o melhor de todos os shows do Oasis para nós. A capacidade para o show foi de 60.000, mas devia ter uns 35.000 para nós lá. Começamos com Shoot The Runner e eles estavam com a gente todo o tempo. Olhei para Tom algumas vezes, ele é cheio de surpresas. Você não pode tirar os olhos dele. Não estou nos comparando com os Stones ou os Beatles, mas ele tem aquele magnetismo que todos os grandes vocalistas de rock’n’roll tem. Ele é o melhor da sua geração. Depois disso, fomos direto para o ônibus indo para Swindon. Estou ouvindo muito Ugly Side Of Love do Malakai enquanto estamos viajando – para mim é o álbum do ano até agora.

Sábado, 13 de junho – Oasis Leisure Centre, Swindon
Saímos direto do ônibus para uma arena esportiva em Swindon. Outro show incrível. Eu fico bastante animado quando vejo o rosto das pessoas ouvindo as músicas novas. Teve um verdadeiro momento Spinal Tap antes do bis. Nós estávamos na lateral do palco esperando pra voltar e o Chris começou a fazer uma dança louca, maníaca. Por estarmos numa arena esportiva, o chão era muito encerado e ele caiu de bunda. Se a plateia tivesse visto, teria achado bem engraçado. Mas essa é a beleza do rock’n’roll – tudo é ilusão, fantasia. Mais tarde, nós soubemos que Bernie Ecclestone tinha nos convidado para o GP da Inglaterra.

Domingo 14 de junho – The Spa, Bridlington
No último domingo nós fizemos um show em Bridlington Spa. Isso me lembrou de antigamente de uma forma engraçada, quando nós costumávamos viajar por aí em uma van. Estava um dia extremamente quente, então eu fiz marcas na areia com meu sapato e nós jogamos uma pequena partida de futebol contra os caras da The Hours. Eles eram bons, mas nós batemos neles de 2-0. O show? Eu não sabia o que esperar, mas foi brutal. Foi nossa primeira vez lá; em um bonito prédio antigo, perto do mar. A plateia era bem mista, mas eles sabiam todas as letras – eles ficaram conosco desde os primeiros acordes de ‘Underdog’. Nós descobrimos que estávamos em primeiro lugar naquele dia, então nós pegamos nossa boa e velha bebida e bebemos no camarim mais tarde. Uma verdadeira comemoração Viking; pareceu apropriada.

Segunda-feira 15 de junho
Nós viajamos durante a noite para a Escócia e paramos no hotel que era bem no campo de golfe de St Andrews. Na hora em que nós nos reagrupamos estava meio tarde, então eu e uns dois caras fomos dar uma volta no campo de golfe às 11 horas da noite. Ainda tinha luz do dia. Foi uma viagem – eu meio que esperava que Jim Morrison aparecesse do outro lado pra encontrar a gente, como naquela cena de Quanto Mais Idiota Melhor 2. Ônibus de turnê e “abrigos”- esses éramos nós nesse momento. Era realmente bonito; um dia muito bom.

Terça-feira 16 de junho – Caird Hall, Dundee
Nós tocamos em Dundee em 2005 e eu tenho a lembrança de uma cidade que parecia estar parada por muito tempo. Eles realmente gostavam de música e não decepcionaram a gente. O barulho em Caird Hall foi da plateia mais barulhenta que eu já ouvi, e era só terça-feira. Deus sabe como seria se a gente tocasse num sábado. Meus tímpanos zumbiam como caixas de baixo depois disso. Depois do show nós voltamos para o hotel, bebemos no bar e tentamos entender o redemoinho que foram as últimas semanas. É insano. Tom estava realmente excitado – estar em turnê é onde ele é mais feliz – é como ele ama viver.

Quarta-feira 17 de junho – Murrayfield Stadium, Edinburgh
Outro grande show com o Oasis no Murrayfield, em Edimburgo. Para mim foi o melhor dos shows do Oasis – uma excelente atmosfera. Muita zoeira. Eu odeio as duas horas anteriores do show começar. Os últimos vinte minutos parecem que duram uma eternidade.

É meio engraçado quando você está sentado no camarim e os iPods aparecem. Você pode dizer como cada um está se sentindo naquele dia em particular. Tom normalmente põe Rage Against The Machine ou Ian vem com algum jazz. Eu costumo colocar alguma coisa que mexa com a cabeça deles um pouco. É uma parte importante do dia. Eu sei que lutadores ouvem música antes de começarem, e isso realmente melhora o humor. Foi outro grande show. Noel estava dizendo que nós estamos melhorando a cada show. Eu acho que ele está entusiasmado com a gente ser número um tanto quanto nós estamos.

Quinta-feira 18 de junho – O2 Academy, Glasgow
Glasgow é sempre incrível, mas foi de cair o queixo essa noite. Eu tenho um pouco de cuidado ao dizer essas coisas, porque é um clichê músicos dizerem isso, mas é genuinamente um lugar incrível para tocar. Em alguns momentos durante o show na O2 Academy parecia que eu estava sendo levantado uns centímetros do chão. A energia, o barulho- é nesse nível de intensidade. Também foi ótimo fazer nosso próprio show; você tem uma noção real de que músicas as pessoas gostam e de como o álbum está sendo recebido. Eles cantaram cada palavra, o que pra mim como compositor, é o maior prêmio- significa que as músicas novas estão sendo aceitas, o que é ótimo. Próxima parada Irlanda.

Sexta-feira 19 de junho
Um dia de folga, finalmente. Nós pulamos no ônibus, pegamos o barco e tentamos dormir nesse meio-tempo. Eu acordei enquanto nós estávamos no meio do oceano; é bem desorientador, como estar num vácuo. Ainda assim, é estranhamente confortante; se afundarmos, afundamos todos juntos. Nós saímos pra tomar algumas cervejas com o Oasis em Dublin nessa noite. A cidade estava elétrica – todo mundo estava ficando acelerado pro show, então eu acho que ninguém acreditou quando viu o Oasis passeando pela cidade em busca de bebida. Nós literalmente fomos cercados na rua. Mas nós mantivemos uma distância disso – todos nós sabíamos que havia um grande show à vista.

Sábado 20 de junho – Slane Castle, Irlanda
Slane Castle. Um evento gigante – era assustadora a quantidade de gente que estava lá. E que line-up fenomenal: Oasis, The Prodigy e nós. Como um espetáculo ao vivo, era difícil de bater, um verdadeiro evento principal. Foi bom ver Keith (Flint) novamente. Ele nos disse que estava animado com o álbum. Ao vivo, The Prodigy era insano. Foi uma pena que nós não pudemos ir pra festa com eles mais tarde, mas nós tínhamos organizado uma viagem para o GP Britânico de Fórmula 1, então nós tínhamos que voltar pra pegar o barco. Silverstone era outro mundo. A hospitalidade era excessiva, e nós correspondemos à altura. Nós fomos tratados como a banda número 1 do país, o que eu acho que nós somos, nessa semana pelo menos. Nós encontramos Jenson Button, Eric Cantona e a Duquesa de York, entre outros, mas isso fica pra próxima semana!

Domingo 21 de junho
Nós passamos o dia no GP britânico, em Silverstone. Pareceu como passar um dia na NASA no dia do lançamento de um foguete pra Marte – todo mundo naquelas roupas parecendo astronauta. Foi o barulho mais alto que eu já ouvi na vida – eu precisei colocar fones de ouvido no meio do caminho. Tenho muito respeito pelos pilotos. Eles são tratados como estrelas do rock, e merecem. Seja qual for a forma que você olha, eles podem morrer toda vez que vão pra pista. Os carros vão a 200 km/h- eles estão voando. É selvagem. Conhecer o Cantona foi ótimo também – ele tem uma verdadeira presença galesa – ele é bem alto e grande feito uma casa. Ele é tudo que você poderia esperar.

Segunda-feira 22 de junho – St. George’s Market, Belfast
Nós voamos de volta pra Irlanda no dia seguinte para tocar em Belfast. Foi quase como voltar no tempo – nós tocamos nesse mercado de peixe chamado St. George’s Hall. Foi bem do jeito antigo – umas quatro ou cinco luzes e a plateia espremida feito sardinha. Essa foi outra indicação de que nós estávamos conseguindo um tipo novo de plateia. Eu odeio admitir mas parecia que nós éramos a primeira banda de rock a que eles eram apresentados, o que era ótimo. Parecia que nós atingíamos três gerações. As pessoas que ouviam Hawkwind [banda de rock britânico dos anos 60], os fãs de acid house e Britpop e as crianças mais novas. Tom foi ótimo – ele dedicou músicas à Robocop. Tem tantas pessoas que pensam demais sobre rock’n’roll, e para mim, eles estão perdendo o ponto. É sobre viver o momento, e esse é o Tom. Ele genuinamente se sente assim.

Terça-feira 23 de junho
Depois do show, nós tomamos algumas cervejas no bar, jogamos cartas. Gary, o trompetista, normalmente vence. Ele é um ás do pôquer. Ele foge nas noites das cidades, joga pôquer e limpa a mesa. Eu acho que ele é um tubarão. Terça foi dia de folga, viajando pra Nottingham. Nós fomos para os nossos tanques de oxigênio e dormimos, nos recarregamos. Isso sempre me lembra a cena de abertura de Planeta dos Macacos, quando eles caem e acordam num ambiente totalmente estranho.

Quarta-feira 24 de junho – Rock City, Nottingham
Nottingham Rock City. É um grande evento. Até o nome parece de algo saído dos anos 70.  É encardido e sujo; até as paredes são suadas. Era um jeito antigo de show. Muito alto, muito intenso, o som balançando as paredes e os jovens ficando loucos. Trouxe de volta algumas memórias da primeira turnê. É onde você toca quando acaba de entrar no clube e está tentando chegar ao topo. Foi ótimo estar de volta. É o que significa estar em uma banda de rock, realmente.

Quinta-feira 25 de junho – Liverpool University
Esse foi estranho. Um show maravilhoso. Muito punk rock. Uma troca de energia muito grande – a gente praticamente não parou. Só bang, bang, bang! O lugar todo estava pulando.  Eu não nasci em 1977 mas o ano veio na minha cabeça durante o show. Parecia como eu imagino que aqueles shows de punk rock eram – centenas de jovens pulando pra cima e pra baixo nos ginásios e todo mundo junto. Então um pouco mais tarde nós soubemos que Jacko tinha morrido. Tom veio até o camarim e disse “Se lembrem de onde vocês estão hoje porque Michael Jackson morreu”. Foi difícil de acreditar. Eu acho que todos nós estávamos com a mesma sensação – choque completo. Estava havendo um grande revisionismo, mas ninguém podia negar que ele era um grande artista.

Sexta-feira 26 de junho
Como nós tínhamos o Glastonbury à vista, nós fomos direto para Bristol depois do show. Fomos para o hotel e assistimos um pouco do Glasto na TV e registramos tudo. Era a noite anterior a qualquer grande evento;  estávamos todos conscientes do que deveria ser feito no dia seguinte, então todo mundo foi dormir mais cedo.

Sábado 27 de junho – Glastonbury Festival, Inglaterra
Chegamos em Glastonbury excitados, realmente relaxados. Conhecemos Spinal Tap no backstage, que eram ótimos. Nós tínhamos os conhecido no Live Earth e foi estranho ter Nigel Tufnel vindo até mim e dizendo ‘Olá Serge’. Isso me impressionou. Eles foram bem legais, como era esperado que eles fossem. Quando entramos no palco, eu estava meio ‘O que…!’; esse foi o público mais insano que eu já vi. Geralmente com uma multidão desse tamanho você está tocando à noite, por isso era uma visão impressionante. Parecia as imagens que você vê de Woodstock ou do Isle of Wight – apenas essa enorme multidão se alastrando tanto quanto os olhos podem ver. Tom estava usando uma jaqueta do Steve Marriott, que a filha dele deu pra ele, então de uma forma engraçada parecia que nós estávamos conectados com os grandes. As primeiras cinquenta filas estavam tão apertadas; eles tentavam pular, mas não conseguiam nem tirar os pés do chão. Porque tem um segundo de delay nos alto-falantes que você vê as primeiras filas pularem e aí todo mundo pula um momento depois – parecia uma massa de partes do corpo voando pra todos os lados. Nós mudamos o set um pouco de forma que ‘Fire’ encerrasse. Nós queríamos deixar as pessoas com a cabeça batida feito um milkshake. Mais tarde, eu fui na plateia.

Foi legal passear no Campo de Zumbis e absorver a atmosfera da Noite dos Mortos-Vivos. Ingenuamente eu saí dali e fui cercado logo em seguida. Eu esqueci que eu tinha estado no palco, então fui rapidamente engolido. Muitas pessoas estavam me perguntando onde o convidado especial estava. Noel Fielding ia vir e tocar ‘Vlad’ com a gente, mas por várias razões isso não aconteceu. Acho que vamos acabar fazendo isso em Brixton. Vai ser um show bem festivo. No fim, eu estava ficando tão entediado de responder aquelas perguntas que comecei a dizer que nosso convidado especial morreu de ataque cardíaco na quinta à noite. Deixa eles pensando, certo? Enfim, próxima parada, Sheffield!

Fonte: bbc.co.uk

Fotos da turnê: Clique para ampliar

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